Agradeço a Daniel Reynaldo por traduzir meu artigo para o português.
Sentimentos e opiniões deslocaram fatos e evidências em muitas áreas das ciências humanas. Isso não é novidade. Um fenômeno mais recente, no entanto, é a extensão dessa tendência no campo da biologia, que foi vítima da ideia de que os homens podem se tornar mulheres – e vice-versa – apenas recitando uma declaração de crença. É um movimento insidioso que combina o desprezo pós-moderno pela verdade objetiva com superstições religiosas pré-modernas sobre a natureza da alma humana.
A subordinação da ciência ao mito foi exemplificada no recente caso britânico de Maya Forstater, que perdeu o emprego depois de apontar a pura verdade de que pessoas trans como eu não podem mudar nosso sexo biológico por proclamação. “Concluo a partir de … da totalidade das evidências, que [Forstater] é absolutista em sua visão do sexo e é um componente essencial de sua crença que ela se referirá a uma pessoa pelo sexo que considerou apropriado”, concluiu o juiz James Tayler no seu tribunal da justiça trabalhista. “A abordagem não é digna de respeito em uma sociedade democrática.”